SAÚDE MENTAL Saúde mental no trabalho: 56% dos profissionais brasileiros nunca contaram com ajuda psicológica Veja quais são as justificativas para os trabalhadores não recorrerem ao apoio especializado.
13/08/2023
De acordo com pesquisa realizada pela Ticket, marca da Edenred Brasil de vale-refeição e alimentação, 56% dos profissionais brasileiros nunca contaram com apoio psicológico ou psiquiátrico. Vale destacar que o levantamento foi feito com mais de 500 pessoas na primeira quinzena de julho deste ano.
Os outros 45% que já se consultaram com especialista, tinham a seguinte variação de periodicidade por consulta, segundo o estudo:
22% o fizeram no último ano;
5% nos últimos 24 meses;
4% recorreram a ajuda nos últimos 36 meses;
13% há mais de três anos.
Justificativas para não recorrerem ao apoio especializado
De acordo com a diretora de recursos humanos da Ticket, Tatiana Romero, o tema saúde mental ainda é um tabu para muitas pessoas, principalmente no universo corporativo.
Diante disso, as justificativas para os trabalhadores não recorreram ao apoio especializado, estão:
35% disseram não ter certeza se precisam;
18% revelaram que o plano de saúde não cobre sessões de terapia e/ou consultas com psiquiatras;
18% têm receio de sofrer algum tipo de preconceito no trabalho;
30% afirmaram não precisar de qualquer apoio.
“É importante que as empresas criem um ambiente acolhedor para que os profissionais tenham segurança em demonstrar suas fraquezas emocionais e pedir apoio”, diz Romero.
Por que investir em saúde mental?
De acordo com o levantamento, 55% das empresas não oferecem aos profissionais sessões de terapia ou benefÃcios relacionados à saúde mental.
Diante dessa situação, 25% dos trabalhadores têm de desembolsar até R$ 500 destinados a tratamentos e apoio psicológico.
“Esses resultados são um alerta para as empresas avaliarem os benefÃcios que oferecem aos funcionários e considerarem a importância das iniciativas voltadas à saúde mental, uma vez que o equilÃbrio emocional das pessoas também está diretamente ligado à produtividade no trabalho”, diz Romero.
Ao serem questionados sobre quais benefÃcios gostariam de receber tendo em vista o bem-estar e a saúde mental, os entrevistados elegeram:
53% escolheriam cuidados com a saúde, como o convênio;
50% mencionaram as sessões de terapia;
39% descontos com academias ou outros para prática de atividades fÃsicas;
19% ações de descompressão da empresa (como sessão de meditação em grupo, disponibilizar um espaço para um cochilo, jogos de mesa, etc);
16% palestras e rodas de conversa sobre temáticas relacionadas à saúde mental;
9% bloqueio de agendas corporativas (dias sem reunião, bloquear horário de almoço, etc).
Com relação aos fatores mais importantes para garantir o bem-estar e a saúde mental no trabalho, os entrevistados apontaram:
58% optam pelo equilÃbrio entre vida pessoal e profissional;
48% mencionaram o equilÃbrio entre volume de trabalho e salário recebido;
34% disseram a boa relação com colegas de trabalho;
31% responderam a boa relação com o gestor imediato.
“Quando comparamos os diferentes perfis que estão atuando no mercado de trabalho atualmente, os profissionais mais jovens tendem a apresentar um comportamento diferenciado em relação à s gerações anteriores. Eles naturalmente prezam pelo equilÃbrio entre vida profissional e pessoal, principalmente por buscar mais estabilidade emocional e saúde mental”.
Romero ainda acrescenta dizendo que “somado a isso, acabamos de passar por um perÃodo de pandemia que diminuiu a segregação entre o trabalho e os cuidados pessoais, o que potencializou essa prática”.
Com informações da Exame